Escrever num jornal e este ser líder de audiências cria-me a sensação de, às vezes, andar em cima da navalha. Em todo o caso, o risco é bom. Hoje é dia de repetir vezes sem conta que não trocaria esta profissão por nada. Mesmo que tenha terminado a folga de ontem a "fazer" um homicídio. Hoje, mal cheguei à redacção, senti o tal peso de ter escrito uma notícia com impacto. Direitinha ao coração dos portugueses. Em resposta, tive a minha caixa de mails bombardeada com ajudas concretas para os quadrigémeos do Porto que vivem com 250 euros mensais. Ao telefone, a mãe, a linda Ana, quase chorava de emoção. E eu, ali, com palavras de mulher coragem, de garra e convicção. Não disse à Ana que há três noites não dormia a pensar na sua história. Na dos quatro meninos. Ela, hoje, disse que terei sempre a porta aberta para mim. E, eu, com toda a certeza que os vou ver. Têm beijos docinhos, mesmo que lambuzados em gomas.
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O meu tio Joaquim chegou de Angola. Está lá há uns meses com um ordenado milionário. Voltou com o "presente" de ter feito as pazes com a mulher. Quase chorei de emoção. Foi delicioso ouvi-lo falar com amor da relação que ele e ela já achavam perdida. Ao contrário da família, nunca os condenei. Nunca fiz juízos de valor. A distância acabou por lhes dar o click que precisavam. Serei cúmplice numa viagem surpresa que o tio quer oferecer à tia. Vão passar a passagem de ano à cidade maravilhosa...É tão bom adormecer a pensar que o amor (ainda) é possível...
Isso é o que se chama jornalista-coragem!
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Sim (ainda) é possível :-)
Li essa notícia e adorei... Ainda bem que teve o seu efeito prático e o "alerta-pedido de ajuda" não caiu em saco roto! É uma das melhores sensações escrever uma notícia com impacto... que saudades...
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