quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A frase...

"A ideia de estar amarrado a alguém por obrigação é deprimente. Uma pessoa deve estar ligada a outra por necessidade de estar com ela, por algo indefinível que nos atrai para ela. Só isso".



A frase surgiu, ontem, durante uma conversa no MSN com um amigo a caminho dos 50 anos. Mais do que ser um lema de vida, esta frase assim desprovida de medos serve para ser recordada sempre.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Voltar


Voltar para escrever sobre a mais pura banalidade da vida. Ou não. Ou porque está sol. Ou porque depois da dor da morte, surge o sorriso dos dias tranquilos. Com mais nitidez identificamos as pessoas de que gostamos. No céu hoje está escrita a felicidade de uma notícia única. E isso basta. O Miguel vai ser pai. Ip Ip URRA!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Dias em passo lento

A mente anda adormecida para não pensar na dor. Os dias passam lentos... Outras vezes, rápidos de mais. Mas a dor é a mesma.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pai

Ex.mo Senhor Doutor Joaquim Pinheiro:


O envio desta carta foi adiada durante meses. Lembro-me do dia que o meu pai chegou a casa a dizer que o Senhor Doutor lhe havia pedido para escrever uma missiva onde testemunhasse o que para ele seria um bom médico. Recordo-me da desculpa dele em arranjar adjectivos para descrever uma figura que para ele era simples: “Ora um bom médico é o Doutor Pinheiro. Ponto final”, dizia a sorrir.
Hoje, se esta carta tenta superar os segredos da epistolografia, suportada numa longa margem de silêncio, é para lhe agradecer toda a atenção dispensada ao meu pai nos últimos anos.
Confesso-lhe que a morte dele ­ assustadoramente repentina – é dos momentos mais tristes da minha vida. Contudo, conforta-me saber que da sua parte e da toda aequipa do Hospital de Santo António houve uma dedicação extrema.
Ainda assim, a realidade é cruel quando percebo que até os mais lutadores guerreiros desarmam. Porque para sempre é assim que vou lembrar o meu pai: um doente lutador, de uma força inesgotável, que terá inspirado muitos médicos que se cruzaram consigo.
Sei que indiscutivelmente o Senhor Doutor Pinheiro foi dos profissionias que o meu pai mais admirou. Pela serenidade, confiança, entrega, dedicação e amizade. Só para lhe dar um exemplo: o único médico que alguma vez deu o seu contacto de telemóvel ao meu pai foi o Senhor Doutor. Um pequeno detalhe que durante anos deu-lhe o conforto necessário. Engraçado constatar que falava de si como um amigo. A pessoa a quem se telefona mal se fica internado num hospital ou com quem se tira as dúvidas existencias, sem querer preocupar a família directa.
Presumo que a qualidade que mais apreciava sem si era uma característica que também ele tinha: a descrição.
Peço-lhe que estenda cumprimentos ao Doutor Guilherme, do Hospital de Santo António, e toda a sua equipa.
Um grande bem haja,
Marta

terça-feira, 26 de maio de 2009

Noruega - 12 points!

Há séculos que não acompanhava um festival da eurovisão. Mas, a melodia de Alexander Ryback apanhou-me de surpresa. Era tida como a música favorita e chegou com uma composição aparentemente simples assinada pelo próprio intérprete, aluno de violino desde os cinco anos. E ganhou. Ou eu conheci mal Alesund ou não descobri esta Noruega... temos pena!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Um dos dias mais felizes...


Escrever num jornal e este ser líder de audiências cria-me a sensação de, às vezes, andar em cima da navalha. Em todo o caso, o risco é bom. Hoje é dia de repetir vezes sem conta que não trocaria esta profissão por nada. Mesmo que tenha terminado a folga de ontem a "fazer" um homicídio. Hoje, mal cheguei à redacção, senti o tal peso de ter escrito uma notícia com impacto. Direitinha ao coração dos portugueses. Em resposta, tive a minha caixa de mails bombardeada com ajudas concretas para os quadrigémeos do Porto que vivem com 250 euros mensais. Ao telefone, a mãe, a linda Ana, quase chorava de emoção. E eu, ali, com palavras de mulher coragem, de garra e convicção. Não disse à Ana que há três noites não dormia a pensar na sua história. Na dos quatro meninos. Ela, hoje, disse que terei sempre a porta aberta para mim. E, eu, com toda a certeza que os vou ver. Têm beijos docinhos, mesmo que lambuzados em gomas.
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O meu tio Joaquim chegou de Angola. Está lá há uns meses com um ordenado milionário. Voltou com o "presente" de ter feito as pazes com a mulher. Quase chorei de emoção. Foi delicioso ouvi-lo falar com amor da relação que ele e ela já achavam perdida. Ao contrário da família, nunca os condenei. Nunca fiz juízos de valor. A distância acabou por lhes dar o click que precisavam. Serei cúmplice numa viagem surpresa que o tio quer oferecer à tia. Vão passar a passagem de ano à cidade maravilhosa...É tão bom adormecer a pensar que o amor (ainda) é possível...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O amor, o sorriso e a flor...


É de música que se alimenta o meu coração. Confesso. Isso explica que blogs anteriores tenham tido nomes de melodias que para sempre ficarão no ouvido. Coincidência (ou não) este sofre da mesma “doença”. Nome aportuguesado do mais recente álbum do projecto do espanhol Dani Macaco. Avante. Faltava tema para inaugurar este novo espaço, até que hoje logo depois do almoço chegou à minha secretária “O amor, o sorriso e a flor – o essencial da bossa nova”. Sorri. A mente logo atravessou o Atlântico deixando a leve saudade do pé no chinelo e do sol a estalar no corpo. “Água de beber” consegue ter a mágica capacidade de trazer a jinga de ombro como quem deixa embalar o corpo num qualquer serão ao luar enquanto o intérprete canta o Português adocicado. Maysa ajuda na viagem. A música brasileira tem em mim uma espécie de efeito de porto seguro. Seja em altos decibéis ou na melancolia da tristeza. Na semana passada, lancei a filha do João Gilberto nas alturas. Logo depois uma tia contou que o meu vizinho de baixo, velhinho e acabado de chegar do Brasil, está “muito mal”. A consciência pesou: “Coitado do senhor e eu aqui de música alta”. No dia seguinte pedi desculpa à filha. Disse-me para aumentar o volume. O pai veio contrariado para Portugal e mal ouve a minha música fecha os olhos e deixa-se embalar…